Em um mundo tão tecnológico, fraudadores ainda usam velhos “truques” para extorquir dinheiro; saiba como evitar
Tirando partido do fato de que muitas pessoas não têm familiaridade com os processos cada vez mais tecnológicos das instituições financeiras, e, principalmente, em face da dificuldade de acesso ao crédito no Brasil, muitos fraudadores seguem extorquindo incautos com técnicas de “engenharia social”. Alguns estudos apontam, inclusive, que ações puramente “humanas” são as grandes responsáveis pela crescente quantidade de fraudes financeiras.
A questão é tão relevante foi abordada pelo Deputado Celso Russomano em audiência pública com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados no dia 31/5.
Apesar de não ser algo novo, o formato do golpe pode variar de “quadrilha para quadrilha”, mas o modus operandi é quase sempre o mesmo: o simplório método de exigir que a vítima faça um adiantamento de recursos para liberar um empréstimo. Este pré-requisito simplesmente não existe oficialmente no país, em nenhuma instituição financeira regulada – inclusive, é vetada pelo Banco Central do Brasil.
“As táticas empregadas pelos golpistas chegam a ser extremamente elaboradas na questão de se apossarem de materiais, logotipos, formas de contratos e até mesmo páginas na web. Entretanto, a argumentação de vendas chega a ser tosca. Outro dia, atendemos alguém que reclamava ter sido abordado por uma pessoa que, falsamente alegando ser nosso representante, prometia liberar empréstimo mediante o pagamento antecipado para quitar a ‘taxa Selic’”, revela Milton Luiz de Melo Santos, presidente da ACCREDITO.
“Infelizmente, nos casos em que a pessoa efetua o pagamento solicitado pelo golpista, não há o que possamos o que fazer. Normalmente os recursos são encaminhados para contas de “laranjas” e as instituições financeiras não têm envolvimento com as operações efetivamente, apenas usam as marcas sem autorização, fazendo com que a pessoa do outro lado acredite no golpe.”, explica.
A ACCREDITO, assim como outras fintechs e instituições financeiras, fazem o possível para evitar a propagação desses golpes baseados em engenharia social – que não tem nada de cibernético.
Aqui é possível encontrar a política de privacidade de dados da ACCredito completa, com todas as informações necessárias sobre a gestão e uso de dados.
Dicas do Banco Central contra fraudes que solicitam depósito prévio
• nunca faça nenhum depósito inicial para obter empréstimos, principalmente, em contas de pessoas físicas;
• evite fazer empréstimos com empresas desconhecidas que veiculam anúncios em jornais, internet ou outros meios de comunicação e que não possuam sede;
• desconfie de ofertas de créditos muito vantajosas ou facilitadas que dispensem avalista ou que não façam consultas a cadastros restritivos (SPC e Serasa, por exemplo);
• procure sempre uma instituição financeira ou administradora de consórcios autorizada pelo Banco Central e certifique-se de estar tratando, de fato, com a instituição em questão.
Estatisticas
Pesquisa realizada no começo do ano pela empresa de Big data analytics e inteligência virtual Neoway, juntamente com a Combate à Fraude, especializada em soluções antifraude, revela que bancose fintechs são os grandes alvos de fraudadores.
De acordo com um levantamento realizado pela Serasa Experian, em março último foram registradas 389.788 tentativas de fraude financeira no Brasil. No mesmo período do ano passado, foram reportados 327.843 casos, o que representa um aumento de 18,9% no número total. Isso significa que a cada 7 segundos um brasileiro é vítima dos fraudadores.
A crise gerada pela pandemia do coronavírus intensificou as tentativas de fraude, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
No primeiro semestre de 2021, os golpes contra clientes de banco cresceram 165% em relação ao mesmo período em 2020.
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