Crédito para empresas desacelera em 2021: alta foi de 11,1%, segundo o BC
Em 2021, o crédito para pessoas jurídicas alcançou R$ 1,98 trilhão, expansão de 11,1% no ano, abaixo do crescimento de 21,8% observado em 2020, segundo o Banco Central. A desaceleração foi ainda maior no caso de empresas com faturamento anual até R$ 300 milhões: o saldo aumentou 17,5%, ante 32,3% em 2020, terminando o ano em R$ 847,6 bilhões.
E essa desaceleração promete se aprofundar em 2022. “O cenário deixa poucos vetores para o crescimento. Alguns indicadores econômicos apontam uma forte tendência à estagflação em 2022 no Brasil, com crescimento próximo a zero e pressão inflacionária. As pequenas e médias empresas brasileiras precisarão de muita criatividade na reformulação de seus modelos de negócio para continuarem competitivas”, diz Milton Luiz de Melo Santos, presidente da ACCREDITO. No Brasil, existem perto de 12 milhões de Microempreendedores Individuais (MEIs) e cerca de 6 milhões de micro e pequenas empresas, que respondem por quase 30% do PIB (52% do emprego formal e 40% da massa salarial brasileira).
“Entre as fintechs autorizadas a funcionar pelo Banco Central, na modalidade de Sociedade de Crédito Direto, a ACCREDITO é a que oferece o maior leque de opções para esse público, que vão desde o capital de giro, com prazo de 24 meses, até o financiamento para investimento fixo, com prazo de 36 meses e as modalidades de antecipação de recebíveis (duplicatas e cartão de crédito). A ACCREDITO foi criada pela Associação Comercial de São Paulo, entidade com mais de 125 anos dedicados ao apoio ao empreendedorismo” completa o executivo.
De forma ampliada, o saldo total de crédito do sistema financeiro atingiu R$ 4,7 trilhões em dezembro/2021 (54,3% do PIB), com a expansão de 16,5% no ano, tendo o crédito à pessoa física apresentado um desempenho de 20,8%, contra 11,1% da pessoa jurídica.
O modesto crescimento do crédito para a pessoa jurídica também foi derivado do desempenho quase nulo da modalidade crédito direcionado (-0,3%), que em 2020, por conta dos diversos estímulos creditícios criados pelo Governo para atenuar os efeitos da pandemia sobre a produção e o comércio, teve um crescimento de 22,8%.
Com o crescimento da dívida pública no ano passado (12%), em decorrência dos elevados gastos para enfrentar os efeitos do COVID, além de um orçamento para 2022 extremamente engessado, não se vislumbram perspectivas de expressivo apoio financeiro por parte do Governo, o que leva a acreditar que teremos mais um ano de grandes desafios para o segmento das micro e pequenas empresas.
Evolução do crédito para empresas – saldo, em R$ milhões
Ano | PMEs | TOTAL |
---|---|---|
2019 | 545.350 | 1.460.069 |
2020 | 721.520 | 1.778.761 |
2021 | 847.591 | 1.976.091 |
variação % | ||
2020 | 17,5 | 11,1 |
2021 | 32,3 | 21,8 |
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